JAIME PORTELA : "CAÍSTE DESCALÇA NOS MEUS BRAÇOS" (5/8/2024)
Num refrear de acenos afectivos
a desembarques no cais,
envolta por um queixume teimoso
de uma nortada homicida,
desceste pela escada portaló
como quem erra e aterra
de asas quebradas na vida.
As investidas das vagas
faziam estremecer parábolas de amor
e os olhos, ofuscados pela luz,
sorveram degraus
a baloiçar na superstição
do primeiro pé a pisar o cais.
A descida, ondulante e sinuosa,
parece ter antecipado
o detonar do riso de amor,
até então à espera na orla do horizonte,
quando o salto do sapato se prendeu
e caíste descalça nos meus braços.
O salto e a dúvida desapareceram ,
afogaram-se nas águas bentas do mar.
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