Olhai o nardo e a cicuta Domadores Em todos os trapos e bandeiras Se edificam sonhos absurdos E Impérios Se os meus ossos te consentirem Se os meus ombros se vergarem Eu te darei minha anuência lúgubre Como um silêncio sem fronteiras Homens que dobrariam cavalos Se não dobrassem homens Que edificariam países e rios Mas nem vontades mataram A morte espera-vos Na justiça dos tempos. JOSÉ AFONSO ( 2/8/1929,Aveiro - 23/2/1987,Setúbal) Esta é uma modesta homenagem a quem lutou pela Liberdade, pagando alto preço pelos seus ideais. Que esteja em paz!!
Navegamos Em águas secas, Sobre O quadriculado De saudades estendidas De lado a lado Através De paredes nuas d´esperança, Mas onde as sombras Desenham Caminhos d´afastamento: No interior das rosas Que os ventos abandonam Jamais s´apagarão As chamas Do odor perverso dos animais Ao cruzarem-se Com a mansidão Da loucura. São Banza
Será, Senhor dos Dragões, que a dúctil fragilidade das asas orientais das libélulas suportam o peso da realidade tombando concreta por sobre os contornos do sonho?...
O poema é dedicado a um Amigo de longos anos, em partida para o Brasil em definitivo ( é essa a intenção, pelo menos).