"Temos uma instituição que é altamente subsidiada pelo Estado , que não paga impostos, que desfruta de privilégios únicos, como a possibilidade de fazer propaganda em instituições públicas ou de ter delegados nas Forças Armadas, que deliberadamente participou e foi cúmplice de crimes e que continua a fazer-se de desentendida quanto ao papel que desempenhou. É verdade, a Igreja prestou e ainda presta serviços valiosos ao Estado. Supriu carências, ajudou, apoiou, educou, tratou. Fez-se , porém, pagar muito bem por isso, e não só com privilégios únicos mas também com tornando o Estado um veículo de propaganda das suas ideias e moral. Repensar o papel da Igreja Católica na nossa sociedade, a sua ligação ao Estado e a outras instituições públicas, bem como a excepcionalidade do seu tratamento, é, há muito, necessário, mas agora tornou-se fundamental."