Sob as estrelas, sob as bombas, sob os turvos ódios e injustiças, no frio corredor de lâminas eriçadas, no meio do sangue, das lágrimas, caminhemos serenos. De mãos dadas, através da última das ignomínias, sob o negro mar da iniquidade, caminhemos serenos. Sob a fúria dos ventos desumanos, sob a treva e os furacões do fogo aos que nem com a morte podem vencer-nos, caminhemos serenos. O que nos leva é indestrutível, a luz que nos guia connosco vai. E já que o cárcere é pequeno para o sonho prisioneiro, já que o cárcere não basta para a ave inviolável, que temer, ó minha querida? Caminhemos serenos. No pavor da floresta gelada, através das torturas, através da morte, em busca do país da aurora, de mãos dadas, querida, de mãos dadas, caminhemos serenos!