terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

INFORMAÇÃO

A quem me dá o prazer das suas visitas e comentários, tenho esta triste informação a dar: o meu computador está agonizante.O que não surpreende: tem dez anos e este é o terceiro disco rígido.

Consequentemente, se eu desaparecer de cena pela esquerda baixa, foi porque a maquineta morreu de vez.

Abraços para vós !





Nota:A  foto foi tirada em Toledo (Espanha), 
em 22/2/2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

INCÊNDIO - AL BERTO




INCÊNDIO 

se conseguires entrar em casa e
alguém estiver em fogo na tua cama
e a sombra duma cidade surgir na cera do soalho
e do tecto cair uma chuva brilhante
contínua e miudinha - não te assustes

são os teus antepassados que por um momento
se levantaram da inércia dos séculos e vêm 
visitar-te

diz-lhes que vives junto ao mar onde
zarpam navios carregados com medos
do fim do mundo  - diz-lhes que se consumiu
a morada de uma vida inteira e pede-lhes 
para murmurarem uma última canção para os olhos
e adormece com lágrimas  -  com eles no chão

AL BERTO
(11/1/1948  -  13/6/1997)

domingo, 8 de fevereiro de 2015

AÇORES : ALGAR DO CARVÃO






Algar do Carvão situa-se na ilha Terceira do arquipélago português dos Açores e é um dos dois únicos vulcões do mundo que expeliram toda a massa  e , consequentemente, se podem visitar.

Não (me) é possível descrever a sensação de entrarmos no ventre da montanha, olharmos para o alto e vermos o límpido azul do céu através da cratera.

Quando começamos a descer, podemos ver na rocha as marcas profundas deixadas pela erupção assim como as diferentes direcções na subida até ao exterior.

Não desci até mesmo ao fundo, porque a partir de determinada profundidade , os degraus são íngremes e estão escorregadios dado que a água da lagoa aí existente os cobre no Inverno.

Sugiro vivamente a não perderem a oportunidade única, se isso for possível, de entrarem e apreciaram algo assim.

Se , porventura, puderem assistir a um dos espectáculos que lá se efectuam, melhor.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

POESIA - HERBERTO HELDER


e só agora penso:
porque é que nunca olho quando passo defronte de mim mesmo?
para não ver quão pouca luz tenho dentro?
ou o soluço atravessado no rosto velho e furioso,
agora que o penso e vejo mesmo sem espelho?
- cem anos ou quinhentos ou mil anos devorados pelo fundo e amargo espelho velho:
e penso que só olhar agora ou não olhar é finalmente o mesmo


HERBERTO HELDER
("A Morte Sem Mestre", 2014)

CITAÇÃO : D. JANUÁRIO TORGAL FERREIRA (10/8/2023)

 " Em linguagem dos <<servidores da cidade >>, o mais decisivo são as lágrimas e as expectativas das pessoas. Essa é a cart...