"Há quem tenha a ilusão de que o Presidente da República pode impor aos partidos, contra a vontade destes, a sua participação em governos de coligação, por vezes apelidados de salvação nacional"
CAVACO SILVA
(Presidente da República)
Este senhor esqueceu-se completamente desta sua declaração, quando tentou a todo o custo salvar a coligação entre o PSD e o CDS, governo que apoiou (e apoiará) até para lá dos limites imaginados e por imaginar. E deu provas disso logo no discurso que fez literalmente os cravos tombar no chão em 25 de Abril 2013 na Assembleia da República.
Por esse motivo, em vez de promover eleições aquando da crise provocada no seio da própria coligação pela "irrevogável" demissão de Paulo Portas( responsável máximo do CDS e ministro dos Negócios Estrangeiros) por discordar da nomeação de Maria Luís Albuquerque como substituta de Vítor Gaspar, foi visitar cagarros nas Selvagens, onde até pernoitou, e tentou forçar uma coligação envolvendo o Partido Socialista, que acabou por terminar em nada, como se previa.
Aliás, só se os dirigentes do PS fossem doidos é que se iriam meter no imbróglio suscitado por Passos Coelho.
Assim sendo, o reformado de Boliqueime deu posse a um "renovado " governo, com Maria Luís Albuquerque como ministra das Finanças ( continuadora da política de austeridade de VÍtor Gaspar e de que o mesmo reconheceu o total falhanço) e Portas como vice primeiro-ministro.
No curto tempo , que medeia a remodelação e a data de hoje , já um Secretário de Estado das Finanças caiu e os famigerados "briefings" com jornalistas sofreram várias peripécias quanto à periocidade e agenda, tendo Poiares Maduro e Pedro Lomba mostrado a sua elevada tendência para uma democracia bem controlada e musculada .Além da altíssima incompetência.
Como não bastasse, agora temos Rui Machete a colocar Portugal em humilhante posição face a Angola
Mas como para Cavaco a estabilidade está acima de tudo, bem pode este Governo fazer quanto lhe apetecer que terá a sua bênção até 2015, pois então.
Nem sequer consegue perceber , aquela luminária, que a instabilidade vem deste malfadado grupo que (ainda ) está no Poder!
A tristeza maior é que "o melhor povo do mundo", segundo Gaspar, aguenta tudo e muito mais. Só fervendo de indignação quando o árbitro supostamente não aplica uma penalidade, real ou imaginada, relativamente ao seu clube de futebol.
E é por essa paixão futebolística que a maioria da população portuguesa vota como vota, isto é, por "partidarite" e não a pensar nas melhores propostas para o país. Isto quando se dá ao trabalho de cumprir o seu dever cívico.
Tenhamos a consolação da derrota tremenda do PSD nas autárquicas, embora o Presidente da República tivesse logo o cuidado de avisar de que não se podem fazer a partir delas, leituras nacionais.
Veremos o que acontecerá nas europeias.