Emmanuel Macron foi eleito Presidente da França , vencendo com larga margem Marine le Pen, figura de proa da Extrema-Direita.
Obviamente , é uma excelente decisão do povo francês. Porém, torna-se indispensável que a classe política francesa - e também a europeia - pare para reflectir sobre o facto preocupante e indesmentível que é a subida brutal de votos numa criatura que defende o racismo, a perseguição de estrangeiros, o encerramento de um país sobre sim mesmo.
Os políticos não podem reduzir tudo a um fenómeno de estarmos a enfrentar uma vaga de populismo. Têm que assumir a sua própria responsabilidade e enfrentar as consequências das opções governativas e não só que têm tomado ao longo de décadas.
Actualmente, a pressão económica faz-se sentir em tudo. As guerras por interesses proliferam .Os valores humanísticos andam pelas ruas da amargura. As pessoas são consideradas algo perfeitamente descartável, toleradas só enquanto produzem.
Se Macron não desempenhar bem o cargo, le Pen ou alguém da sua área vencerá as próximas eleições presidenciais, sem dúvida. Ou, para a impedir , haverá alianças bizarras tornando muito viável a hipótese posta em "Submissão".
Se a Esquerda - ou o que resta dela - não ganhar nova vida e abrir caminhos para se renovar e à sociedade, não me parece haver um futuro muito risonho esperando a Europa.
Além de tudo isto, vamos ver ainda como serão os resultados das próximas legislativas francesas.
Esperemos que tudo corra sensatamente .