Portugal terá eleições legislativas antecipadas em 30 de Janeiro de 2022.
A situação é surrealista quando a analisamos ao pormenor.
Finalmente, ao fim de décadas, a Esquerda unira-se e fizera valer a maioria obtida em votação - com resultados práticos muito satisfatórios e após Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS) terem ido - por preconceitos ideológicos - voluntária e deliberadamente além das exigências da Troika, já de si durissimas.
Na mais recente votação do Orçamento de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa deixou claro que dissolveria a Assembleia da República se este não fosse aprovado.
E que aconteceu? ... O impensável, isto é, Bloco de Esquerda (BE) e Partido Comunista (PC) votaram contra - tal como toda a Direita.
Ouvindo as declarações de todos os partidos, fica-se com a impressão de que estão perdidos num labirinto, pois todos afirmam não quererem eleições.
BE e PC acusam António Costa de não ter cedido às suas exigências por ambicionar ter maioria absoluta e , portanto, provocar as eleições. Que sentido tem, então, saberem qual a intenção do Primeiro - Ministro e apararem-lhe o golpe? Para o frustrar, a abstenção seria suficiente.
Quanto à campanha, enfim ... estamos ao nível de gatos e cães serem vedetas e objecto de perguntas dos jornalistas aos dois principais candidatos: António Costa (PS) e Rui Rio (PSD).
O único partido a tirar vantagens desta triste realidade é o do fascista André Ventura, de quem - para cúmulo - Rui Rio não se demarca claramente .
A abstenção é muitissima e tende a aumentar com as restrições pandémicas.
Estou muito preocupada com os resultados, que prevejo muito pouco clarificadores, pois não creio em maioria absoluta nem do PS nem do PSD.
Voltarei depois das eleições, até lá ... fiquem bem e não deixem de votar ( nem que seja inutilizando o boletim de voto).