A 14 de Agosto de 1936 a coluna militar comandada pelo franquista Juan Y. Blanco toma Badajoz, no contexto da Guerra Civil Espanhola.
Foi o culminar da sua vinda desde Sevilha, deixando atrás de si um doloroso rasto de assassínios, saques e devastação.
Imediatamente após a entrada na cidade, as tropas revoltosas da facção de Franco começaram um massacre brutal e sem tréguas da população civil.
O cemitério, as ruas e a praça de touros ficaram a transbordar de cadáveres.
O jornalista Mário Neves, então com 24 anos e correspondente do "Diário de Lisboa", escreveu em 17 de Agosto aquela que seria a sua derradeira crónica denunciando a barbaridade do que estava a ser feito na cidade da Estremadura e desmascarando também a falsa neutralidade portuguesa, pois a polícia devolvia os fugitivos - sabendo perfeitamente qual o seu destino .
A crónica não chegou a ser publicada, porque Salazar não o permitiu e o jornalista teve problemas sérios, como se imagina.
Pessoalmente, vi um documentário sobre este crime de guerra onde Mário Neves acedera a regressar a Badajoz pela primeira vez após muitas décadas e ainda era bem patente a sua emoção.
Sobre esta coluna militar e os seus excessos recomendo vivamente a leitura de "La Columna de la Muerte", de Francisco Espinosa, obra muito bem fundamentada na sua pesquisa histórica.
Como Vanessa Redgrave, "Eu não esqueço que o fascismo pode regressar".