Quando começaram os rumores de que um defensor da ditadura militar, misógino, racista, religioso fanático, de extrema-direita e sem preparação para tal, se candidatava a Presidente do Brasil fui ingénua o suficiente para dar o meu voto de confiança ao povo brasileiro e acreditar que, embora estivessem descontentes com Lula, teriam o bom senso de não elegerem para o cargo maior da nação tal criatura. Pensei que compreenderiam o risco imenso inerente a alguém assim. Era muito fácil perceber o agravamento da sua situação tendo no Poder quem queria acabar com todos os apoios sociais e elogiava na sede da democracia , aquando da destituição de Dilma Rousseff, o torturador Carlos Brilhante Ustra. E um dos maiores choques foi ver , estupefacta, numa das reportagens sobre a campanha, uma mulher virada propositadamente para as câmaras , de braços abertos , gritando a plenos pulmões : " Sou pobre, sou negra , sou mulher e voto Bolsonaro!" (só faltava ser homossexual para ter o