"Não nos iludamos: a mulher é o elo mais fraco num sistema intrinsecamente violento, discriminatório e profundamente desumano. A prostituição é um fenómeno de desigualdade de género. É uma forma de escravatura incompatível com a dignidade do ser humano e com os direitos fundamentais constitucionalmente consagrados. É necessário adoptar medidas que promovam mudanças sócio-culturais de comportamento, das mulheres e dos homens, para erradicar preconceitos assentes na ideia da inferioridade das mulheres ou nos papéis estereotipados das mulheres e dos homens. A maioria das mulheres gostaria de não ter que se prostituir. Por si, pelos seus filhos. É, por isso, dever do Estado dar-lhes condições de vida digna, o apoio necessário para iniciar um projecto de vida, liberto de violências, permitindo-lhes a liberdade de decidirem sobre a sua própria vida. Este é um problema de todos, de uma sociedade que se quer avançada. A igualdade na lei e na vida não é só uma aspiração das mulheres...