JAIR BOLSONARO

 Quando começaram os rumores de que um defensor da ditadura militar, misógino, racista, religioso fanático, de extrema-direita  e sem preparação para tal, se candidatava a Presidente do Brasil  fui ingénua o suficiente para dar o meu voto de confiança ao povo brasileiro e acreditar que, embora estivessem descontentes com Lula, teriam o bom senso de não elegerem para o cargo maior da nação tal criatura.  

Pensei que compreenderiam o risco imenso inerente a  alguém assim. Era muito fácil perceber o agravamento da sua situação tendo no Poder quem queria acabar com todos os apoios sociais e elogiava na sede da democracia , aquando da destituição de Dilma Rousseff, o torturador  Carlos Brilhante Ustra.

E um dos maiores choques foi ver , estupefacta, numa das reportagens sobre a campanha, uma mulher virada propositadamente para as câmaras , de braços abertos , gritando a plenos pulmões : " Sou pobre, sou negra , sou mulher e voto Bolsonaro!" (só faltava ser homossexual para ter o pleno de tudo quanto o seu candidato abomina) Sinceramente, gostaria de saber se ainda continua alienada depois do descaso sobre a pobreza, do desinteresse acerca da pandemia e da  venda de pele de frango  nos supermercados para alimentação humana.

O sentido de Estado da criatura é nulo ao ponto de desconvidar Marcelo Rebelo de Sousa para o almoço programado para hoje, porque o Presidente da República Portuguesa incluíu Lula  na lista de antigos Presidentes com que contactou nesta sua visita à Feira do Livro de S. Paulo e  comemorações do voo transatlântico de Sacadura Cabral e Gago Coutinho.

Enfim, que o Brasil, nas próximas eleições,   saiba afastar do Poder quem afirma Jesus não ter comprado arma só por não existir na época e que censurou a interrupção voluntária da gravidez - resultante de violação - de uma criança de dez  anos.

Boçalidade e estupidez têm limites!