PATRICK WILCKEN : "IMPÉRIO À DERIVA"
Acabei de ler um livro muito interessante de Patrick Wilcken, cujo título é : " IMPÉRIO À DERIVA _ A Corte Portuguesa no Rio de Janeiro 1808 -1821 ".
Como o título indica , o tema é a estadia longa de mais de uma década da família real portuguesa na então colónia do Brasil e tudo quanto aconteceu nesse período.
Eu adoro História por vários motivos e um deles é ter a convicção de não ter futuro quem esquece o passado e de que, ao contrário da afirmação corrente, a História se repete.
O autor tem uma escrita escorreita, de agradável leitura , conhece bem o Brasil e tem a vantagem de não ser português. Pelo que a isenção é muito maior acerca da experiência única de uma colónia servir de sede ao poder colonial e das vivências daí decorrentes.
A actuação de D. João e família real não foi a melhor , com especial destaque para Dª. Carlota Joaquina . Portaram-se como monarcas absolutos até ao regresso a Portugal , com todos os excessos inerentes. A insatisfação , ancorada também nas mudanças políticas europeias (e nas colónias espanholas ), aumentou muitissimo - tal como em Portugal pelos mesmos motivos , pelo abandono que se sentia e pelo desagrado com a poderosa presença inglesa .
Descobri que tanto na ida para o Brasil como na vinda para a Europa, D. João VI não teve capacidade de decisão nem visão e tudo foi uma confusão geral. Com a agravante das péssimas relações mantidas com Dª Carlota terem piorado muito consideravelmente ao longo dos anos.
Recomendo vivamente a leitura.
EXCERTOS
- " O Brasil era, sem dúvida, muito mais seguro do que a Europa quando a Corte ali chegou tão inesperadamente em princípios de 1808, mas as colónias não tinham ficado imunes às ideias da época. O credo antimonárquico que afastara a família real de Portugal aportara antes dela, trazido de além-Atlântico por académicos que haviam sido forçados a estudar em universidades europeias. Por entre o denso nevoeiro da censura da Coroa, as novas ideias iam passando de boca em boca, e trocavam de mão os livros proibidos. A Guerra da Independência americana ( 1775-1783 ) era avidamente debatida em grupos literários e sociedades amadoras. "
- " Portugal começava a ser visto como uma das nações mais condenáveis e a mais renitente a uma causa evidentemente humanitária (...) Os entrepostos portugueses de escravos estendiam-se por toda a costa africana; as plantações brasileiras dependiam inteiramente dos milhares de escravos que chegavam, exaustos, nos navios negreiros. (...) Numa fórmula nebulosa que se tornaria a marca de água de D. João sobre este assunto , prometeu aos ingleses o decréscimo gradual do tráfico, sem estabelecer qualquer calendário específico."
Olá, amiga São.
ResponderEliminarNão conhecia este livro. Mas, pela descrição que aqui partilhas, será por certo uma excelente leitura.
Excelente partilha.
Deixo os meus votos de uma feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
É um ensaio que se lê muitissimo bem e nos acrescenta saber, Foi-me recomendado pela guia desta minha recente viagem a Trás-os -Montes.
EliminarCarinhoso abraço, meu amigo, feliz semana :)
Acredito que seja um livro com uma narrativa fascinante de ler.
ResponderEliminar.
Saudações poéticas. Feliz fim de semana.
.
Poema: “ Sorri quando não há sol ao amanhecer “
.
Se ler , não se arrependerá, estou convicta disso.
EliminarMeu amigo, saudações cordiais e boa semana :)
Parece muito interessante. Mas ultimamente quase não leio por causa dos olhos.
ResponderEliminarAbraço e saúde
AS melhoras, Maria Elvira .... e se lhe for possível, leia.
EliminarAbraço, boa semana :)
Parece un libro interesante. Gracias por la reseña. Tomó nota. Te mando un beso.
ResponderEliminarDá para conhecer melhor o que se passou na América Latina e, consequentemente, também nas colónias espanholas .
EliminarBeso, boa noite :)
Olá, amiga São, muito interessante essa sua postagem
ResponderEliminarsobre a visão desse escritor. Verei se encontro por aqui essa obra,
que parece ser muito boa.
Um ótimo fim de semana, amiga São, muita paz e saúde.
Um abraço, amiga.
Bem vindo , Pedro!
EliminarPenso que lhe resultará muito interessante a abordagem que o autor faz sobre o que foi esse período da História brasileira.
Abraço, meu amigo, feliz semana :)
Parece muy interesante.
ResponderEliminarGracias por la recomendación.
Besos.
Interessante , é.
EliminarMesmo para ti, porque fala também sobre as colónias espanholas, embora não com muita profundidade.
Fuerte abrazo, boa semana .
Que bien, mi querida Sao.
ResponderEliminarMuy interesante tu reseña acerca de Patrick Wilcken y su título, cuyo título es: "IMPERIO A LA DERIVA". Te aprecio y te admiro mucho. Abrazo inmenso
Meu querido e estimado Ricardo, abraço estreito e muito grato pela tua generosidade sempre presente !
EliminarBem hajas !
Esse período da corte no Brasil até já deu uma telenovela.
ResponderEliminarAbraço
Não me lembro, mas há muitos anos que não sigo nem séries nem telenovelas...
EliminarBeijinho, boa semana :)
Registo a sugestão.
ResponderEliminarBoa semana
Se sempre ler o livro, dirá a sua opinião...
EliminarAbraço, semana feliz :)
Querida Sãozitamiga
ResponderEliminarJá somos, pelo menos dois: adoramos a História, muitas vezes retalhada por estórias qual delas mais complicada. Tenho o «IMPÉRIO À DERIVA» entre o monte de livros que ainda tenciono ler; foi-me oferecido como prenda natalícia por um dos meus filhos que, obviamente, sabe do meu enorme interesse pelos assuntos históricos.
O autor, pelo que me me pude documentar, é um especialista no Brasil e, como muito bem dizes, não é português, o que lhe dá, em meu entender, o distanciamento necessário para abordar um tema tão sensível, que se prende simultaneamente com as «novas ideias» resultantes para as Américas da Guerra da Independência ente os futuros Estados Unidos e a Inglaterra , bem como as que decorriam da Revolução Francesa, misturadas com o esclavagismo.
Um «pot-pourri» realmente muito perigoso que, pelo que consegui ler nas críticas à obra é de realçar e representa uma das páginas negras da nossa História. Varrê-las para debaixo do tapete não serve para nada nem para ninguém.
Muito obrigado, portanto, pela sugestão - magnífica!
Beijo & queijo
Henrique
Bem vindo, meu querido amigo!
EliminarOra ainda bem que já tens o livro , quando o leres , dirás o que te pareceu.
Sim, nós estamos convencidos ( pelo menos, eu estava) de que Portugal fora o primeiro país a abolir a escravatura e, afinal .....
Forte abraço, feliz semana e recuperação total da saúde !!
Olá, amiga São
ResponderEliminarPassando por aqui, para desejar uma feliz semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Grato abraço, meu amigo, igualmente :)
EliminarDeve ser um livro muito interessante.
ResponderEliminarObrigado pela partilha.
Um abraço.
É , principalmente para quem gosta de História ...
EliminarAbraço grande, meu amigo, boa semana :)
Gracias por la recomendación, querida amiga. Buscaré el libro.
ResponderEliminarPenso que te agradará muito.
EliminarQuerido Pedro, forte abraço, boa semana :)
Obrigada, minha Amiga São. Não conheço o livro nem o autor, mas fiquei curiosa.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo,
A mim , foi-me indicado pela competente guia que nos acompanhou na minha recente viagem a Trás-os -Montes.
EliminarQuerida Graça, beijinho e serena semana :)
Aqui nos debruçamos muito sobre este assunto, São; a leitura deve ser ótima, sim. Pessoalmente, acredito que nessa época começaram a ser lançadas as sementes da independência do Brasil! Meu abraço, amiga; boa semana.
ResponderEliminarSem dúvida, até porque foi D. Pedro, um dos filhos de D. João e Dª Carlota, que proclamou a independência do Brasil. Cumprindo , aliás, o desejo de seu pai, como é referido neste livro e eu já sabia.
EliminarSE tiveres oportunidade, lê : para vós, então, tem mesmo muito interesse.
Abraço-te com amizade, boa semana, meu amigo.
Querida São
ResponderEliminarTenho esse livro e já o li.
Concordo consigo.
Quem não o tem o passado em conta
dificilmente dará conta do presente do
futuro.
Beijinhos
Olinda
Bem vinda, minha amiga !
EliminarTemos que encarar o passado e assumir o que se fez de bem e mal - embora sem julgamentos baseados nos conceitos por que nos regemos actualmente - e assim estarmos mais bem preparados par o futuro.
Fico contente por estarmos em sintonia.
Querida Olinda, abraço com estima , boa semana :)